O soldado de 19 anos que denunciou ter sido espancado e torturado em um quartel do Exército em Pirassununga, interior de São Paulo, está enfrentando graves consequências psicológicas devido ao trauma. De acordo com seu advogado, Paulo Canhadas, o jovem foi diagnosticado com transtorno pós-traumático e apresenta crises de pânico e ansiedade ao lembrar do ocorrido.
Impacto psicológico
Durante uma visita recente ao quartel, o soldado relatou dores de barriga, sensação de perseguição e tremores no corpo ao se aproximar do local onde foi agredido. Ele também está em tratamento psicológico e psiquiátrico há mais de 30 dias, utilizando medicamentos para controlar a ansiedade e o pânico.
Segundo o advogado, apesar de alguma melhora, o jovem ainda enfrenta dificuldades de comunicação e cognição, o que o impede de retornar ao Exército no momento.
Denúncia de agressões
O soldado foi vítima de um violento “trote” promovido por colegas militares, que o agrediram com um cabo de vassoura, ripas de madeira, panelas, socos e chutes. O caso ganhou repercussão após a denúncia, levando a uma investigação interna no Exército.
Expulsão dos envolvidos
Nesta semana, o Exército decidiu expulsar os seis militares acusados de participar das agressões. A medida foi tomada após a conclusão de que os soldados violaram os regulamentos e cometeram atos de violência contra o colega.
O advogado do soldado afirmou que o jovem continuará em tratamento até que esteja emocionalmente estável. Ele também avalia a possibilidade de ações judiciais para garantir reparação pelos danos físicos e psicológicos sofridos.
O caso reacendeu o debate sobre a cultura de “trote” dentro das Forças Armadas e a necessidade de medidas mais rigorosas para coibir práticas violentas e garantir a integridade dos recrutas.