Engenheiros, consultores, desenvolvedores de softwares e profissionais da administração são algumas das carreiras que podem ingressar neste mercado que tem ganhado mais força e relevância ao longo dos anos
Gerenciar um projeto não é tarefa fácil. Criação de softwares, pesquisas científicas, desenvolvimento de produtos, esboços para construções de prédios ou equipamentos, organização de eventos, dentre outros trabalhos atrelados à diversas área de formação, contam (ou pelo menos deveriam contar) com uma gestão minuciosa das etapas que englobam o antes, durante e após a conclusão de cada atividade. Para tanto, como todo planejamento tem suas particularidades, escolher a metodologia adequada deve ser o primeiro passo dado pelo gestor na busca por assegurar uma logística estruturada e, claro, bem-sucedida.
Em poucas palavras, as metodologias para Gestão de Projetos apresentam-se como um conjunto de princípios, técnicas e práticas que auxiliam os profissionais a planejar, executar e concluir projetos de forma eficiente, assegurando o cumprimento de prazos e orçamento pré-estabelecidos. Se bem aplicadas, elas não apenas ajudam na organização do trabalho, como também simplificam a comunicação e garantem mais colaboração entre os membros da equipe. E esse caráter facilitador parece já ter sido percebido pelas empresas: 94% das companhias que atuam na geração de softwares afirmam já utilizar metodologias ágeis para dinamizar o processo de criação, segundo dados da agência de desenvolvimento de softwares VersionOne, divulgados pelo portal Zeev.
A lista abaixo traz alguns dos modelos mais utilizados atualmente. São eles:
- Agile: foco em entregas incrementais e interativas, com ciclos curtos denominados sprints, adaptação rápida às mudanças e feedback constante.
- Waterfall: abordagem linear e sequencial, onde cada fase do projeto precisa ser concluída antes da próxima começar. Ideal para projetos com requisitos bem definidos desde o início.
- Lean: enfoque na eliminação de desperdícios e na entrega de valor ao cliente. Muito utilizado em manufatura, mas também aplicável a desenvolvimento de software.
- PRINCE2: estrutura detalhada com foco em controle e organização do projeto, incluindo definições claras de papeis e responsabilidades.
O docente do curso de pós-graduação em MBA em Gestão de Projetos da Universidade Tiradentes (Unit) e diretor de Operações em empresa do segmento, Adriano Lima, reforça que uma análise de cada uma delas é sempre válida para que se possa escolher a que mais atende às necessidades da proposta em pauta.
“Projetos bem definidos e estáveis se beneficiam do Waterfall, enquanto projetos com alta incerteza e necessidade de flexibilidade se adaptam melhor ao Agile. Metodologias robustas, como PRINCE2 ou PMI, são ideais para grandes projetos complexos, ao mesmo tempo em que equipes menores podem preferir Scrum ou Kanban. Se a organização valoriza a adaptabilidade e o feedback contínuo, Agile é uma ótima escolha. Se preferir estrutura e documentação, considere Waterfall ou PRINCE2. Vale destacar que algumas metodologias podem exigir treinamentos e ferramentas específicas, por isso é bom avaliar a expertise da equipe e a disponibilidade de recursos”, explica o professor.
Formação de especialistas
Engenheiros, consultores, desenvolvedores de softwares e profissionais da administração são algumas das carreiras que podem ingressar neste mercado que vêm ganhando mais força e relevância ao longo dos anos. De acordo com informações da Propmark, mídia especializada no mercado publicitário, apenas no ano de 2021, o ramo de Gestão de Projetos contava com, aproximadamente, 17 mil profissionais, representando cerca de 30% da força de trabalho em empresas brasileiras.
Os incentivos em termos de ganhos profissionais também merecem ser citados. A especialização na área oportuniza vantagens como uma maior flexibilidade para lidar com mudanças e incertezas; melhoramento da capacidade de cumprir prazos e orçamentos; atenção às entregas de valor ao cliente, bem como amplia as chances de adquirir cargos em indústrias de diferentes segmentos. Mas, para Adriano, vale a pena observar alguns critérios antes de optar por qual curso fazer.
“Essa pós-graduação precisa ir além da teoria e colocar o aluno em contato com casos reais e projetos hands-on. Além de situações reais e simulações práticas, tem que ser priorizada uma abordagem voltada para as últimas tendências e práticas inovadoras na Gestão de Projetos, além de contar com instrutores com vasta experiência no mercado e em projetos de diferentes indústrias”, complementa o professor.
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