Unidade desenvolve ações de promoção à saúde, de prevenção dos agravos e de identificação de deficiências em todas as fases da vida
O Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Aquino (CER IV), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), se tornou uma referência estadual na atenção ambulatorial para pessoas com deficiência. O CER IV desempenha um papel fundamental na promoção de cuidados em saúde, focando na habilitação e reabilitação física, intelectual, auditiva, visual e também no atendimento a pacientes com transtorno do espectro autista (TEA).
A reabilitação intelectual e voltada ao TEA visa resgatar autonomia e qualidade de vida dos usuários por meio da estimulação precoce, orientação à família e cuidadores, além de práticas que auxiliam o desenvolvimento da aprendizagem, pensamento, emoções e comportamentos. Já a reabilitação física resgata funções motoras, melhorando a qualidade de vida e autonomia das pessoas com deficiência. A auditiva facilita a comunicação e reintegração a quem teve perda auditiva, enquanto a visual auxilia a autonomia e reintegração social de quem tem baixa visão ou cegueira.
A unidade disponibiliza acompanhamento multidisciplinar com enfermeiro, assistente social, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional que possibilitam o desenvolvimento da aprendizagem, pensamento, emoções e comportamentos dos pacientes.
Pioneirismo
Além das demais especialidades atendidas pela unidade, o CER IV é pioneiro no atendimento a pessoas com deficiência visual, abrangendo os 75 municípios do estado, focando na reabilitação, habilitação e diagnóstico de pessoas cegas ou com baixa visão. O centro conta com salas, consultórios e com laboratório de Atividades de Vida Diária (AVDs) construído dentro do espaço da unidade, simulando um ambiente residencial com diversos cômodos mobiliados como sala de estar, cozinha, quarto e banheiro, entre outros materiais relacionados ao desempenho de AVDs e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs).
“Oferecemos atendimentos individualizados em consultórios especializados e atividades em grupo, com tecnologias assistivas, como a bengala longa. Nossos pacientes recebem acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, incluindo oftalmologista, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta pediátrico, psicólogo e assistente social, além de treino de orientação e mobilidade. Para adultos, temos um grupo terapêutico. Nossa estrutura no CER IV é totalmente adaptada para pessoas cegas e com baixa visão, garantindo acessibilidade e conforto, com consultórios e espaços comuns, como sala de pilates e de atividades de vida diária”, explicou a gestora operacional da reabilitação visual, Ana Carolina de Jesus.
Além das avaliações, o CER IV oferece atendimento psicológico dentro da condição de reabilitação dos usuários, reabilitação e habilitação das pessoas para a realização de AVDs, avalia a necessidade de prescrição de óculos e outros equipamentos específicos para baixa visão, além de orientar os usuários em relação aos direitos e benefícios da pessoa com deficiência visual.
Fisioterapia aquática
A fisioterapia aquática desempenha um papel fundamental na reabilitação de crianças e pacientes, contribuindo para a melhoria do equilíbrio e da mobilidade. A piscina aquecida tem a função de dar suporte aos tratamentos realizados no CER IV, como o caso de Arthur Gabriel, de 6 anos, diagnosticado com autismo e com a síndrome de Kabuki, doença genética rara que pode afetar características faciais, o sistema musculoesquelético e outros órgãos e sistemas corporais.
“A piscina tem sido fundamental para o desenvolvimento do meu neto, que enfrenta dificuldades para ficar em pé e costumava cair com frequência. Desde que Arthur começou a terapia aquática, há dois anos e meio, ele caiu menos e passou a interagir mais com outras crianças, algo que antes não ocorria. Essa evolução tem sido incrível. Quero compartilhar com todos que ainda não conhecem o CER IV que é um lugar excelente. Recebemos um acolhimento maravilhoso, e as profissionais são dedicadas e extremamente competentes”, contou a avó de Arthur, Maria Helena Lima.
A fisioterapeuta aquática Cláudia Lima ressaltou que na unidade atende pacientes com diversas necessidades, incluindo reabilitação física e visual. “A terapia aquática abrange várias áreas da fisioterapia, como física, intelectual e auditiva, e é eficaz para promover o relaxamento. Muitos pacientes enfrentam espasticidade e dificuldades motoras, e a piscina oferece um ambiente ideal para o tratamento. O processo começa com um acolhimento para avaliar a aptidão da criança. Atualmente, atendemos cerca de seis crianças por dia, totalizando cerca de 30 atendimentos por semana. Temos também uma parceria com a Universidade Federal de Sergipe que oferece atendimentos nas quartas e sextas-feiras, de manhã e à tarde”, pontuou a fisioterapeuta.
Fotos: Mário Sousa