Nitinho aposta na nacionalização do bacamarte para beneficiar Carmópolis, Japaratuba, Capela e General Maynard

Redação, 07 de Maio , 2024

"O orgulho sergipano não tem fronteiras. O bacamarte é um marco das nossas origens. O Brasil precisa reconhecer, preservar e investir neste patrimônio. Preservar o bacamarte é promover o resgate de um traço de identidade cultural e étnica dos sergipanos".

Quem defende é o deputado federal Nitinho Vitale (PSD/SE), autor do Projeto de Lei n° 1.451/2024, que torna o bacamarte patrimônio nacional, histórico e cultural do Brasil.

O PL tramita na Comissão de Cultura da Câmara Federal, onde o parlamentar atua como membro representante do PSD/SE.

Bacamarte

É um adereço, em forma de simulacro de arma de fogo, de fabricação artesanal, com cano curto e grosso, assemelhado às espingardas de pólvora seca, usado em folguedo folclórico executado em grupo.

Pesquisadores estimam que o bacamarte tenha raízes nos estados nordestinos de Sergipe, Pernambuco e Paraiba, congregando grupos de escravos inspirados na Guerra do Paraguai.

Só em Sergipe, Nitinho acredita que o PL irá contemplar cerca de 100 grupos folclóricos remanescentes dos municípios de Carmópolis, Japaratuba, Capela e General Maynard. "Não podemos deixar a nossa cultura morrer", justificou.

Investimentos

Com o PL, o deputado pretende inserir o bacamarte no calendário cultural do Brasil, habilitando-o ao programa nacional de preservação histórica; à captação de investimentos para integrar estudos acadêmicos; a exposições nacionais e internacionais;
e participação em projetos educativos, livros, filmes, cartilhas e feiras multidisciplinares.

Com a aprovação do PL, será competência dos estados, municípios e universidades, a manifestação de interesse e habilitação de projetos junto aos órgãos nacionais.

Nitinho ressalta que, em Sergipe, ainda se destaca o Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros, da cidade de Carmópolis.

O deputado comenta que os estudos apontam que o Batalhão dos Bacamarteiros teria surgido em meados de 1780, nos engenhos de cana-de-açucar do Vale do Cotinguiba, onde populares negros escravizados promoviam, em sinal de resistência, sambas-de-roda, ao som de instrumentos de percussão, intercalados por salva de tiros, em saudação aos santos juninos.

Além do Batalhão de Bacamarteiros, outros grupos são encontrados nas cidades de Japaratuba, Capela e General Maynard, todas situadas no Vale do Cotinguiba.

Manifestação

A manifestação cultural dos bacamarteiros se caracteriza por uma dança em grupo de pessoas vestidas com calça e camisa de zuarte, lenço no pescoço e chapéu de palha ou couro.

Eles se reúnem em troças ou batalhões, sob o simbolismo da chefia de um sargento e do controle geral de um comandante, para realizar uma apresentação de dança folclórica performática.

Ainda simbolicamente, o comandante do grupo responde pelos atiradores durante as apresentações.


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