Vacina Oxford-AstraZeneca é retirada do mercado mundial

Redação, 07 de Maio , 2024 - Atualizado em 07 de Maio, 2024

 

 

 

Foto: divulgacão 

 

A vacina Covid-19 da Oxford-AstraZeneca, saudada como um triunfo da ciência britânica, está sendo retirada de uso em todo o mundo, meses após a gigante farmacêutica admitir pela primeira vez que ela pode causar um efeito colateral raro e perigoso. A informação foi publicada nesta terça-feira (7) pelo jornal britânico The Telegraph.

A vacina não poderá mais ser usada na União Europeia, após a empresa retirar voluntariamente sua “autorização de marketing”. O pedido de retirada foi feito em 5 de março e entrou em vigor nesta terça-feira. Solicitações semelhantes serão feitas nos próximos meses no Reino Unido e em outros países que aprovaram a vacina, conhecida como Vaxzevria.

A decisão encerra o uso do imunizante, creditado por salvar mais de seis milhões de vidas. A AstraZeneca alega, no entanto, que a retirada se dá por razões comerciais. A empresa afirma que a vacina não está mais sendo fabricada ou fornecida, tendo sido substituída por versões atualizadas que combatem novas variantes do vírus.

A Vaxzevria enfrentou intenso escrutínio nos últimos meses devido a um efeito colateral raríssimo, que causa coágulos sanguíneos e baixa contagem de plaquetas. Em fevereiro, a AstraZeneca admitiu em documentos judiciais apresentados no Tribunal Superior que a vacina “pode, em casos raríssimos, causar TTS”.

A TTS – Síndrome de Trombose com Trombocitopenia – foi associada a pelo menos 81 mortes no Reino Unido, além de centenas de feridos graves. A AstraZeneca está sendo processada por mais de 50 supostas vítimas e parentes enlutados em um caso no Tribunal Superior.

A empresa insiste que a retirada não está ligada ao processo judicial ou à sua admissão sobre a possibilidade de causar TTS. Afirmam ser pura coincidência.

Em nota, a AstraZeneca declarou: “Estamos extremamente orgulhosos do papel que a Vaxzevria desempenhou no encerramento da pandemia global. De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas apenas no primeiro ano de uso e mais de três bilhões de doses foram fornecidas globalmente. Nossos esforços foram reconhecidos por governos ao redor do mundo e amplamente considerados como um componente crítico para o fim da pandemia.”

“Como várias vacinas Covid-19 variantes foram desenvolvidas desde então, há um excedente de vacinas atualizadas disponíveis. Isso levou a um declínio na demanda pela Vaxzevria, que não está mais sendo fabricada ou fornecida. A AstraZeneca, portanto, tomou a decisão de iniciar a retirada das autorizações de marketing da Vaxzevria na Europa.”

“Trabalharemos agora com as autoridades reguladoras e nossos parceiros para alinhar um caminho claro para concluir este capítulo e contribuição significativa para a pandemia de Covid-19.”

O jornal The Telegraph foi informado que a empresa retirará as autorizações de marketing em outros países, incluindo o Reino Unido. A AstraZeneca nunca teve aprovação para a vacina ser usada nos EUA.

O governo britânico praticamente parou de usar a vacina Oxford-AstraZeneca no outono de 2021, quando já havia fornecido cerca de 50 milhões de doses no Reino Unido. Ela foi substituída no país pelas vacinas Pfizer e Moderna a tempo da campanha de reforço de inverno no final de 2021.

Marco Cavaleri, chefe de vacinas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), o órgão responsável pela segurança de medicamentos na UE, declarou à mídia italiana: “A autorização da vacina anti-Covid Vaxzevria da AstraZeneca será retirada e o processo já foi oficialmente iniciado junto à Comissão Europeia. Isso está de acordo com a expectativa de que vacinas descontinuadas e atualizadas sejam retiradas, conforme nossa indicação.”

Cavaleri disse esperar que todas as vacinas ‘monovalentes’ – que lidavam apenas com a cepa original de Wuhan – sejam retiradas com o tempo.

A AstraZeneca admitiu em fevereiro deste ano, em documento legal, que a vacina pode causar TTS. O mecanismo causal ainda é desconhecido.

 Advogados dos autores do processo no Tribunal Superior argumentam que o medicamento causou trombocitopenia e trombose induzidas por vacina (VITT) – um subconjunto da TTS – e que não era tão seguro quanto os indivíduos tinham direito de esperar. A AstraZeneca sempre insistiu que “a segurança do paciente é nossa maior prioridade”.

 

Por: Gazeta Brasil


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