A Feijoada e o Queijo

Marcio Monteiro, 19 de Abril, 2024 - Atualizado em 19 de Abril, 2024

Em 2022, os custos dos ingredientes necessários para preparar uma feijoada para 100 pessoas totalizavam R$ 350,00. Hoje, esse valor mais que dobrou, chegando a aproximadamente R$ 700,00. Essa escalada de preços é especialmente notável quando consideramos que o Brasil é reconhecido como o celeiro do mundo e que a carne suína, historicamente, tem sido uma opção econômica no mercado. No entanto, mesmo com essa vantagem, o aumento nos custos persiste, e a voracidade da demanda chinesa surge como uma variável significativa nessa equação, exigindo uma resposta por meio de medidas como taxação de exportação. No entanto, além da carne, outros itens básicos como arroz e feijão também enfrentam desafios de custo. 

Enquanto isso, os queijos se tornaram inacessíveis para muitos, contrastando com a presença do leite longa vida nas prateleiras por valores tão baixos quanto R$ 3,50, até mesmo mais barato do que um litro de água mineral. Essa disparidade tem intrigado até mesmo os especialistas do setor, sem uma explicação clara. Embora não seja um economista, arrisco-me a sugerir que a concentração da produção em grandes conglomerados multinacionais de laticínios desempenha um papel significativo nesse "fenômeno". Essas empresas, ao importar leite barato para a fabricação de queijos e outros derivados, conseguem impor aos produtores rurais os preços que desejam pelo leite in natura. Para lidar com essa situação e proteger os pequenos produtores, é necessário agir. Uma política de preço mínimo, sem recorrer a subsídios, poderia ser uma solução viável. Além disso, a taxação do leite importado poderia nivelar essa disputa de mercado, permitindo que os produtores locais compitam de forma justa. Essas medidas, se implementadas pelo Ministério da Agricultura, seriam um passo importante para garantir a sustentabilidade e a equidade no setor agrícola brasileiro. 

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