SANTO DE CASA. FARÁ MILAGRES?

José de Almeida Bispo, 17 de Abril, 2023 - Atualizado em 17 de Abril, 2023

Hoje pela manhã fui até o centenário prédio da Prefeitura Municipal do tricentenário Município de Itabaiana assistir à solenidade de posse do amigo e confrade na Academia Itabaianense de Letras, Antônio Samarone de Santana na pasta municipal da Cultura, nascida em 2005 como diretoria, e sob a gestão do professor José Costa Almeida, na administração Maria Mendonça, 2005-2008; transformada em secretaria na gestão seguinte, de Luciano Bispo de Lima, e mantida desde então, por Valmir dos Santos Costa e agora por Adailton Rezende Souza.
A pasta é um feixe de mandacarus a ser carregado, em meio a aridez da caatinga, com montanhas de almas necessitadas de seu sumo, por assim dizer: ninguém vive sem cultivar o espírito, mas quase sempre tendemos a priorizar totalmente a barriga, negligenciando e até escarnecendo da Cultura.
É o setor que menos tem recursos disponíveis; é sempre o mais penalizado a qualquer dos cortes orçamentários; o que mais se julga dispensável, quando, de fato é tão importante quanto encher a barriga, e muito mais que o cultivo de vaidades, seja em nível mínimo ou máximo. Aliás, em nível mínimo, moderado, vaidades pessoais também se constituem em atos culturais de um povo.
Ah, também a Cultura é a pasta, em qualquer administração pública, e em quaisquer de seus níveis que mais fere susceptibilidades. Nunca ninguém está satisfeito.
Samarone sucede o radialista e vereador Roosevelt Santana que realizou um bom trabalho.
Como tarimbado no serviço público, na política – ex-secretário e ex-vereador na Capital – Samarone tem em seu portfólio credenciais mais que suficientes para realizar um bom trabalho.
Vale aqui lembrar que o milenar sucesso do Império Romano foi construído por absorção de todas as culturas conquistadas ao longo de dez séculos. Tudo que Roma conquistou foi absorvido e tornado romano da gema. Nada foi dispensado, a menos que totalmente inútil.
Acredito que esse princípio de sucesso seja universal; que tudo que veio antes deve ser valorizado; aprimorado e cultuado como um bem maior.
Durante a cerimônia houve manifestação do secretário que deixa o cargo, Roosevelt Santana, em breve fala, sobre a manutenção do Festival Itabaianense da Canção.
Em um momento de completa desorganização dos modos tradicionais de produção da musicalidade popular, vejo isso como indispensável para que mantenhamos, ao menos localmente, um mínimo de qualidade.
Enfim, esperemos que o confrade consiga materializar ao menos 20 por cento dos seus projetos e mais outros 30 da enxurrada que deve aparecer.
Ao amigo e confrade Samarone, que venha o melhor. Para ele e por ele para a grandeza desta terra de milagres, tenacidade e arrojo; esta terra dos vaqueiros de Santo Antônio e Almas da Itabaiana.

O que você está buscando?