O ETERNO LUIZ GONZAGA

Carlos Braz, 19 de Junho, 2023 - Atualizado em 20 de Junho, 2023

  

O eterno Luiz Gonzaga 

Como veremos abaixo, muitos personagens consagrados da literatura, cultura e música brasileira já se debruçaram sobre o homem Luiz Gonzaga e sua obra musical imorredoura. Portanto, eu seria apenas mais um, pequeno grão insignificante nessa imensa legião de letrados, que com seus trabalhos imortalizam o legado do Rei do baião.

As citações aqui transcritas fazem parte do livro “Luiz Gonzaga -Discografia do rei do Baião”, cujo autor é Uéliton Mendes da Silva  Filho, natural de Caruaru (PE),  tendo sigo lançado em lançado em 1977.

É um trabalho sem dúvida importante como fonte histórica e à altura do homenageado. A pesquisa foi chancelada pela Universidade Tiradentes (UNIT), instituição educacional do Estado de Sergipe reconhecida pelo seu apreço aos acervos culturais da nossa terra.

Sergipe é o país do forró, e Gonzaga por aqui passou diversas vezes construindo amizades e contagiando-nos com sua simplicidade e talento. Inquestionavelmente um homem do povo.

“Luiz Gonzaga é uma legitimidade do sertão tradicional. Não imita. Não repete. Não pisa rastro de nome aclamado. É ele mesmo, sozinho, inteiro, solitário. Fui no Sertão. Tenho na memória o timbre das grandes vozes infatigáveis. Vaqueiros, cantadores, romeiros. Poeira heróica das feiras e vaquejadas. Luiz Gonzaga é a paisagem pernambucana, águas, matos, caminhos, silêncio, gente vive e morta. É a fonte cabeceira e nascente de suas criações.  Sertão é ele,  sanfoneiro do sertão, brasileiro do Brasil”.

(Luiz da Câmara Cascudo)

“Quando Luiz Gonzaga canta, ele mostra que nós somos um só povo. Sua voz fala da mesma esperança, traz a mesma alegria. Num o forró, na praça do interior, no teatro da universidade, nossa gente se revela igual, moço, velho, menino, rico o pobre, letrado ou não, todos se encontram nesse homem”.

(Tereza Souza)

 “O fenômeno Luiz Gonzaga no nordeste brasileiro é algo selado por todas as gerações vindouras. Explicar tal fenômeno é abrir a boca e dela não sair sequer uma palavra coerente. O nome e a figura deste homem mistura- se com a terra, com o mato, com as aves e a zoada do chocalho da vaca magra. É o rei de um povo poderoso que não conhece seu poder. Ele é a alta árvore que ninguém sabe o tamanho”

(Luiz Manoel Paes Siqueira

“Bem que tenha evitado-nem sempre conseguindo, que o copal de uma relativa cultura viesse sofisticar, além das estilizações imperativas, a  sonoridade triste da minha lira canhestra e as endechas singelas da minha musa capenga. No baião,  revestido e urbanizado que eu e Luiz demos um dia para o Brasil,  isso só se tornou possível devido ao policiamento constante que nesse sentido o querido parceiro soube impor às nossas músicas, fazendo valer sempre a sua extraordinária autenticidade. E é justamente aí, nessa pureza e simplicidade, nessa fidelidade às origens, que reside toda a imensa grandeza do rei do Baião Luiz Gonzaga”.

(Humberto Teixeira).

A esses depoimentos, acrescento o registro da única vez em que fui a um show de Luiz Gonzaga. Estava em Salvador, em um ano que me foge da memória, e vi um anúncio da apresentação do mestre em um clube em Piri-Piri. Não pensei duas vezes e parti para lá de ônibus, com alguns colegas de trabalho.

Já cansado no corpo, mas não na voz inconfundível, seu Lua fez o sucesso de sempre, aclamado por todos.

Ao fim do espetáculo, como não havia ônibus nem taxi para voltarmos ao hotel onde estávamos hospedados, chamamos o dono da birosca, e combinamos que ele ficaria aberto até as cinco horas da manhã, horário do primeiro transporte, nos servindo com cerveja e quitutes apimentados.

Valeu a pena. Pegamos o sol com a mão.

 

 

 

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