A Grandeza de Maruim. (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 17 de Setembro, 2022 - Atualizado em 17 de Setembro, 2022

 

 

“Tabaiana dá cebola, tapioca e mudubim; Propriá, arroz furado, pilombeta e surubim; Dores dá enforcado; cachaça só Maruim”. João Canário.

Hoje pela manhã assisti a uma conferência da professora Lúcia Marques sobre Maruim. Uma aula espetáculo, no estilo Suassuna.

O Gabinete de Leitura de Maruim reviveu seus dias de glória.

A professora Lúcia acentuou a grandeza de Maruim na segunda metade do século XIX, falou sobre a revolta de Santo Amaro, o Porto das Redes, a alfandega, o Consulado alemão, as cartas de Adolphine, Condessa alemã, vítima do cólera.

Falou da visita do Imperador Pedro II, falou da cultura, da vida do povo, da construção da Igreja, do Barão de Maruim, tudo com muita graça e leveza.

Falou do médico humanista Alcides Pereira, do dr. Chico Fonseca, o maior clínico de Sergipe, do gênio Luciano José dos Santos.

Falou das epidemias de Maruim: da febre palustre, do cólera, e da maldita tísica, que ceifou milhares de vidas.

Foi em Maruim, no povoado Caititu, onde o meu bisavô, o ferreiro Bernardinho José de Oliveira, que ia a maruim em 1936, montado em seu burro, comprar ferro, foi atropelado pelo trem. O IML não conseguiu separar o que era do meu bisavô e o que era do animal. Foram sepultados juntos.

A professora Lúcia falou dos lagartos da Cotinguiba, empalhados no Museu Nacional que pegou fogo, no Rio de Janeiro.

Falou do Ganhamoroba e dos seus pescadores.

O Gabinete de Leitura de Maruim estava lotado, e quem foi, saiu encantado com a conferência da Professora Maria Lúcia Marques Cruz e Silva.

Esse é o Sergipe profundo.

Antonio Samarone (médico sanitarista)

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