Dia de Santa Luzia. (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 13 de Dezembro, 2022



 

Hoje é o dia da padroeira da Barra dos Coqueiros, aliás, Ilha de Santa Luzia, defronte a Aracaju.

Santa Luzia de Siracusa também é a padroeira de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

O treze de dezembro desperta as minhas lembranças infantis: nesse dia, as devotas da Santa saiam de porta em porta, esmolando, com a sua imagem nos braços. Ninguém negava, a Santa é a protetora das nossas vistas.

Não sei se as devotas passarão hoje em meu condomínio, de todo jeito, já avisei na portaria para deixarem entrar.

No dia de Santa Luzia os camponeses colocavam pedrinhas de sal expostas ao tempo, se elas se juntassem, era sinal de um ano bom de chuvas. Hoje, os meteorologistas avisam pela jornal Nacional.

Recentemente fiz cirurgia de catarata com o renomado Max Rollemberg. Fiquei encantado com a sua clínica, onde a imagem de Santa Luzia encontra-se destacada nas salas e consultórios. Max é um humanista da velha e desprezada (pelo mercado) escola hipocratica.

No candomblé, Santa Luzia é o orixá Ewá (pronuncia-se “Euá”), que comanda a visão humana, os horizontes e o céu estrelado. Ela é a rainha do cosmos, a regente da neblina e dos nevoeiros.

Ewá é o orixá protetor da pureza e da virgindade, do inexplorado e do desconhecido, das florestas e dos rios.

Dante Alighieri era devoto de Santa Luzia. A Santa aparece na Divina Comédia com sendo a “graça”. Dante não enxergava o caminho certo, estava nas trevas, foi Santa Luzia que apontou os caminhos.

Santa Luzia, na iconografia católica, é uma Santa bonita de bochechas coradas, carregando uma folha de palmeira (imortalidade) e uma bandeja dourado com um par de olhos.

Essa imagem permeia as minhas lembranças atávicas.

Viva Santa Luzia.

Antonio Samarone (médico sanitarista)

O que você está buscando?