Gente Sergipana – Padre Padilha – 83 anos. (Por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 20 de Janeiro, 2023


 

O Defensor Público José Padilha de Oliveira tinha deixado a batina, porém continuava padre. Era uma vocação. O comportamento, o pensamento, as ideias, os gestos eram de padre. Padilha era “Le Curé de village”, na visão de Balzac.

Conheci o padre Padilha nas reuniões das segundas, na sede do Conselho de Economia. Existia um grupo de intelectuais, fundado por Aloisio Campos, que se reunia semanalmente, com chuva ou sol. Passávamos a realidade a limpo, reformando-a.

Nessas reuniões, o Padre Padilha era o orador oficial, nas datas festivas.

Era um Grupo plural, onde conviviam democratas e patriotas. As divergências não se transformavam em ódio.

O Grupo acabou!

E ontem, nos deixou o padre Padilha. Voou para o Reino da Glória. Se os critérios da salvação são os que conhecemos, ele se salvou.

O que a minha memória guardou de Padilha foi o sorriso. Mesmo em polêmicas, onde ele discordava profundamente do interlocutor, Padilha não levantava a voz, sempre manso e educado. Padilha era um fidalgo.

O padre Padilha valorizava as amizades.

Meu amigo Padilha, dê lembranças aos amigos aí no Céu. Diga a Amaral Cavalcante, que o mundo da cultura em Sergipe sente a sua ausência. Diga a Luiz Eduardo Magalhães que ele está fazendo muita falta, nesses tempos sombrios.

Nos espere! Vamos retomar as reuniões.

Antonio Samarone. (médico sanitarista)

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