Hoje tem espetáculo? Tem sim senhor... (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 14 de Março, 2023



 

Passeando pelos subúrbios do Aracaju, encontrei um circo funcionando. Para mim, uma surpresa, os circos mambembes sobreviveram à Pandemia.

Um circo com palhaços, rumberas, mágico, malabaristas e trapezistas. Com todos os números clássicos. O circo é daqui mesmo, do Aracaju, e aqui se apresenta. Soube que existem mais duas companhias.

Os artistas são sergipanos, que insistem anonimamente na arte circense.

Eu conheci o teatro no circo. Um Itabaianense, Zé Bezerra, aluno de Procópio Ferreira, resolveu montar um teatro no circo dele. Era o Circo Teatro Zé Bezerra, que marcou época.

Antes Zé Bezerra montou peças de teatro no Cinema de Zeca Mesquita, ao lado da irmã, Dona Didi. Eu não alcancei. Soube que o teatro amador respira forte em Itabaiana.

Ouvi do intelectual Marcos Melo, uma referência elogiosa ao espetáculo “As Mãos de Eurídice”, um monólogo interpretado por Zé Bezerra no circo. Ele assistiu em Propriá.

Eu lembro-me da “Louca do Jardim”, mas esqueci o enredo.

O Circo Espetacular, armado nas proximidades da prainha, do São José dos Náufragos, não tem teatro, bichos amestrados, globo da morte, o trapézio não tem voos, mas tem 4 palhaços e duas rumberas, o coração do circo.

Uma nota curiosa: não existem os "matas cachorros". Ninguém mais tenta passar por baixo da empanada. Todos compram ingressos, no valor de cinco reais.

As piadas dos palhaços desses circos são apimentadas com a malícia do povo. São os duplos sentidos na linha de Costinha. As piada de salão não cabem no circo.

Vida longa ao circo mambembe.

Antonio Samarone (médico sanitarista)

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