Gente Sergipana – Antonio Ribeiro. (Por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 26 de Abril, 2023


 

Recebi a notícia da morte de Ribeiro, vitimado por um infarto fulminante. Tentei confirmar, mas não existe uma vírgula na imprensa. Morreu um anônimo.

Ribeiro era um amigo de Rua, daqueles que a gente pouco conhece. Sei apenas que ele era de Laranjeiras e irmão de Mirian Ribeiro, secretária do doutor Albano.

Você não foi famoso, não foi rico e nem poderoso, contudo, meu amigo Ribeiro, a sua alma não era pequena. Isso, eu atesto.

Quando Vereador, tive a iniciativa de lhe conceder o título de cidadão aracajuano. Um dos poucos de minha lavra.

Encontrei-o pela última vez na última quarta-feira, você sozinho, cabisbaixo, sentado num tamborete, na esquina do Mercado, em Itabaiana. Não tive um bom pressentimento. Ribeiro estava com um olhar distante, talvez preparando a sua partida.

A nossa alma percebe quando a morte se aproxima.

Trocamos algumas palavras, senti o seu contentamento quando lhe disse que tinha voltado as raízes, que estava trabalhando em Itabaiana.

Ribeiro era um Itabaianense por adoção, ela amava a cidade bem mais que muitos nativos. Só andava com a camisa tricolor. Era um dos poucos estrangeiros que frequentava o Consulado de Itabaiana, nas reuniões das quintas-feiras. Inclusive, marcou presença na última.

Eu gostava dele. Gosto de gente assim, meio doida, alvoroçada.

Quando soube da sua morte, senti muito, com sinceridade.

Não sei se no céu tem alcoólicos anônimos, não sei se os vinhos celestiais causam dependência, de todo jeito, meu amigo Ribeiro, espero que você encontre a sua turma.

Soube que a torcida do Itabaiana já é grande no céu, deve estar comemorando o último título. Junte-se a eles. Procure Tonho de Doci, diga que me conhece, que ele saberá ser generoso com você.

Na próxima reunião do Consulado, vou pedir um minuto de silencio, em sua lembrança.

Antonio Samarone. (médico sanitarista)

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