AS ELEIÇÕES FINDARAM MAS A HISTÓRIA CONTINUA por Manoel Moacir Costa Macêdo

Manoel Moacir, 04 de Novembro, 2022 - Atualizado em 04 de Novembro, 2022

 


A festa da democracia representativa brasileiranão encerrou com as eleições. Cumprida uma etapa indispensável à sua consolidação, a escolha livre e soberana de representados aos poderes legislativo e executivo.  As eleições legitimam a democracia, isso não é pouco, mas não é tudo.

Na concreta tradução, os vencedores no estado democrático de direito, são os “depositários fiéis”das demandas emanados pelo povo, com os constitucionais “freios e contra pesos”. São legítimasas restrições democráticas no exercício do poder,em particular o controle do Estado, a robusta organização da sociedade, e as prerrogativas de governo, incluindo a delegação do uso das armas.

O aperfeiçoamento da democracia é constante. Equívocos e ajustes são acolhidos e processados. Impossível um modelo pronto e acabado, como odesejado “tipo ideal”. Utopia a ser cuidada com vigilância. Paradigma vigente, mas em crise. O tempo e o exercício, são os seus fiadores.

Na democracia representativa, o visível é o voto direto do povo, o agente político da sociedade, mais uma vez, isso não é tudo. A força das regras por igual para todos e todas. Liberdade de expressão edireito de ir e vir. Propriedade privada como um bem social. A democracia corrige os seus próprios erros entre vencidos e vencedores, jamais o arbítrio, o autoritarismo e a corrosão dos valores humanistas.

As eleições recentes na república federativa democrática e constitucional brasileira, revelaram alguns fatos inéditos e outros repetidos, mas todossão registros relevantes para a história da pátria. Um fenômeno de significados, particularmente a eleiçãodo presidente da república, chefe de estado, de governo e das forças armadas, no sistema presidencialista de governo.

Na curto período de redemocratização do Brasil, esse foi o primeiro mandatário do poder executivo que não foi reeleito. Rituais do passado forammantidos. O vitorioso no primeiro turno, foi vitorioso no segundo. O vitorioso no estado de Minas Gerais, território da síntese territorial, cultural e histórica do Brasil, foi o vencedor no País. Os resultados depesquisas fidedignas, confirmaram as tendênciaseleitorais dos vitoriosos. A ciência pela via da estatística foi vencedora. Evidência histórica merecedora de aplausos: o vencedor dessa eleição, é o único presidente da república brasileira eleito democraticamente em três eleições livres, transparentes e soberanas.  

Importante registro: as eleições brasileiras, ultrapassaram a fronteira da soberania nacional para realçarem a humanidade. Temas universais iluminam a eleição vitoriosa na atualidade. Mudanças climáticas e biodiversidade. Ciência, tecnologia e inovação. Combate à fome e a miséria.Desigualdade e justiça social. Acolhimentosiluministas, civilizatórios e democráticos. Avaliações no “pós-facto”, irão mostrar esses significados dentro e fora do Brasil.

Ao final, venceu o contrato social humanista.Prosperou o chamado a união, a tolerância e a diversidade. O inverso cairia na vala rasa dotradicionalismo, do isolamento, e do aval daextrema-direita mundial.  

Manoel Moacir Costa Macêdo, é engenheiro agrônomo e advogado

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