ÀS QUERIDAS PROFESSORAS E AOS PROFESSORES

Por Jerônimo Peixoto

Jerônimo Nunes Peixoto, 14 de Outubro, 2022 - Atualizado em 14 de Outubro, 2022

           ÀS QUERIDAS PROFESSORES E AOS PROFESSORE

No dia 15 de outubro, comemora-se a arte de ensinar, de transmitir conhecimentos e valores que engrandecem a sociedade, levando as novas gerações a um mergulho na história, nos números, na gramática com sua norma culta, na arte, na literatura e na filosofia. É o tradicional dia dos professores e das professoras!

Neste ano eleitoral, em que os ânimos se acirram, o radicalismo aflora e os “sabichões” se sentem bem acima da média comum dos mortais, pelo império da força, da tirania partidária, da mentira e do acobertamento de desvios de verbas, de roubos e de corrupção deslavada, parece que a figura de quem tem o brilhante papel de educar está ofuscada. O que tem valor monetário – e é bem visado – é o poder e a força bruta. O saber padece de cortes de verbas, de sucateamento das estruturas acadêmicas. Saber não é tão importante quanto o ter, pensa parte significativa da sociedade.

O império do capital, que escraviza muitos e nutre alguns poucos, dita as regras: é preciso construir um estado livre, desburocratizado, que destrave a economia. Concordo! Mas, sem uma sólida educação focada na construção da cidadania, eivada de valores como a honestidade, o respeito pela pessoa, pela vida, pela Natureza, pela floresta, pelos rios e pelo ar, não haverá produtividade por muitos anos, nem haverá economia sólida, equilibrada e robusta.

Sem a educação e a pesquisa científica, não se superam os problemas sociais, como a fome, o desemprego, o analfabetismo, a falta de moradia, o problema da saúde, da assistência e o da previdência social. Contraditoriamente, luta-se por implementação tecnológica em todos os setores da vida, desde a agricultura às bolsas de valores, no afã de se lograr êxito, de atingir metas novas, aumentando os lucros e as vantagens econômicas. Entanto, descura-se a educação, lá na base de tudo, quando a criança deixa o ninho sacrossanto de seu lar para entrar no santuário do saber, pelas mãos, gestos e coração das professoras e dos professores. Olvidam-se os educadores, rechaçam-se valores que fortalecem a família – em sua real concretude, sem qualquer hipocrisia politiqueira – porque se busca enxugar a máquina de um estado que se tornou cabide para maus políticos, além de arrecadador (ou seria sugador?) de tributos, de sangue e de vida dos cidadãos e das cidadãs lesados todo o tempo.

Há, no presente momento, cortes altíssimos nas verbas educacionais, mas sobra dinheiro para a dança dos famosos, no frenesi da corrida às urnas, quando bilhões são gastos para a campanha política. Fico triste quando enxergo, no meio da multidão desorientada, ensandecida a vociferar “viva seu Doutor”, uma turma de professores a mendigar cargos administrativos, para terem aumento de salário... Que Lástima! A valorização do profissional da educação, sobretudo do professor e da professora, não pode passar por aí. Quem vê um integrante da Magistratura mendigando melhorias salariais? O professor ou professora foram essenciais para ele se tornar Juiz, Desembargador, Ministro do STJ, do STF... e por que não precisam disso?

A principal carreira profissional a ter salários altos, remuneração bem paga, condições de trabalho dignas, com cursos constantes de aperfeiçoamento, é a dos professores e das professoras. Deles depende a transmissão do saber, dos valores que enobrecem o ser humano. Outra entidade que deveria ser, verdadeiramente, respeitada, sem essa instrumentalização politiqueira, fajuta, destituída de toda a sorte de manipulação, é a FAMÍLIA. Nesta, a pessoa aprende as primeiras e fundamentais experiências que a marcarão para todo o sempre. Na família, aprende-se a dividir o pão, o tempo, o espaço, o afeto, a experiência de fé, a experiência interpessoal. É à família que toca o primeiro e insubstituível ato educativo.

A escola continua sendo necessária, fundamental para o desenvolvimento da socialização, da partilha de ideias, da troca de saberes e de experiência. Para se ter uma escola de qualidade, sem essas questiúnculas polarizadas da atualidade de uma política vexatória, nociva e predatória, é preciso investir na valorização da professora, do professor, sem esquecer os investimentos na família. Não pode haver pátria amada, sem cidadãos dignos, valorizados, que têm, na escola gratuita e de boa qualidade, a experiência de continuar o aprendizado familiar, embasado na liberdade, na tolerância, no respeito às raízes de cada comunidade; escola que se doa ao incentivo ao aprendizado de todos, sem preconceitos, sem arrivismos, e sem opressões.

Um país sério investe na formação de seus filhos e filhas, os cidadãos e as cidadãs. Um país sério valoriza os professores, segmento que continua – interagindo com eles – o múnus educacional dos pais. A família ensina valores para a vida em sociedade. A escola transmite e partilha saberes para a cidadania. De mãos dadas, numa intensa, respeitosa, fecunda parceria, família e escola acertarão na condução das pessoas ao nível de dignidade cidadã.

Ao invés de estupidez, educação; em lugar do ódio, o saber que transforma pessoas. Ao invés de se investir em presídios de segurança máxima, tão necessários na atualidade, deve-se apostar na arte de transmitir saberes, de forjar a cidadania em todas as camadas sociais, com professores bem formados, bem remunerados, satisfeitos com sua missão de formar para a vida e para a democracia.

Quando a tarefa de educar for compreendida como parte essencial no processo de cidadania, as professoras e os professores serão respeitados, como autoridades maiores do que certos “bonecos de Olinda” que pousam de autoridade, sem pé, sem cabeça, fazendo-se apenas um peso que recai sobre os ombros de quem trabalha.

Que o dia das professoras e dos professores, seja celebrado com júbilo, mas seja também tempo de oportuna reflexão sobre a verdadeira educação da qual o Brasil tanto padece; torne-se momento de reivindicar respeito, atenção e valorização das pessoas que se devotam a formar cidadãos e cidadãs conscientes de seu papel e de seu lugar na história. Somente assim, com a devida valorização das professoras e dos professores, pode-se falar em desenvolvimento de uma Nação. Vivam nossos Educadores! Felicidades! VOCÊS SÃO, SIM NOSSOS ÚNICOS HERÓIS E NOSSAS ÚNICAS HEROÍNAS!

 

O que você está buscando?

google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc api.clevernt.com/3ed9a8eb-1593-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/ google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc UA-190019291-1 google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc