HONRANDO AS ORIGENS

José de Almeida Bispo, 05 de Março, 2024 - Atualizado em 05 de Março, 2024

“Antes de ser comerciante e caminhoneiro, o itabaianense foi vaqueiro”
(Paráfrase ao pai da historiografia sergipana, Felisbelo Freire)

O Prefeito Municipal de Itabaiana, Adailton Rezende Souza assinou Lei, criando em Lei mais uma efeméride municipal.
De fato, é o reconhecimento da importância cultural de um evento polêmico nos idos de 1979, porque, como tudo em Itabaiana, especialmente naqueles tempos de política mais acirrada foi profundamente contaminado com o clima polarizado da política.
Talvez não tenha passado pela cabeça do então radialista, saudoso colega Djalma Teixeira Lobo a simbologia profunda de uma Missa do Vaqueiro naquele momento. Muito menos nos saudosos “Bridões de Ouro”, Vavá Machado e Marcolino a emprestarem seu prestígio, e dos então garotos Leo e Zito, a afiarem as gargantas junto à vaqueirama que acorreu à Itabaiana naquele momento.
Sem o saber, estavam eles celebrando a vida vaqueira na terra onde nasceram: pecuária, derrubadas e aboios, nos longínquos anos 1600 a 1650. Itabaiana.
O volume de rezes enviado todos os anos a Salvador e Recôncavo, e a Olinda e canaviais pernambucanos era tão grande que arrancou veemente e admirada citação do sargento-mor, Diogo Campos Moreno, em 1612, em passagem pelo Brasil, percorrendo de São Paulo ao Maranhão.
Cem anos depois as boiadas já se tinham espalhado até o Piauí, e já começava subir o São Francisco, rumo às Minas Gerais, e em Itabaiana tinha se tornado relativamente pequeno e pouco rentável, mas foi aqui que primeiro se criou gado massivamente para consumo de carne e força motriz.
A Missa do Vaqueiro, que ao lado da vaquejada, são os traços culturais mais marcantes no vaqueiro não começou aqui; porém, como digna representante da cultura vaqueira, nada mais apropriado que seu retorno à origem, à terra mãe da pecuária nacional.

O que você está buscando?