História viva por José Almeida Bispo

José de Almeida Bispo, 22 de Fevereiro, 2022 - Atualizado em 22 de Fevereiro, 2022

01 - Fefi e eu; 02 - o aprendiz de música da Filarmônica Nossa Senhora da Conceição, Tobias Barreto (estátua), tocando flauta para os pombos, e tendo ao fundo o Cartório de 1º Oficio, de 16 de junho de 1700, ao lado da Prefeitura; 03 - parcial da Praça com o monumento à emancipação de Itabaiana, de 20 de outubro de 1697 e; 04 - seu detalhe em zoom.

 

 


Hoje pela manhã fui ter com meu ídolo, desde a infância, amigo, ex-patrão na Rádio Princesa da Serra, uma pessoa de quem me aproximei e mais fortaleceu minha admiração por ele, Francisco Tavares da Costa, nosso querido Fefi, 88 cravados de idade com muita experiência e serviços prestados à nossa comunidade serrana.
Fefi se convalesce de uma fratura múltipla na coluna vertebral, produzida por uma queda há quase um mês e teve que obviamente parar o seu exercício diário de mais de 50 anos de levantar cedo e ir para sua tipografia – Gráfica Tavares – com a qual prestou relevantes serviços na arte de perpetuar pensamentos; e de vez em quando ainda faz alguma coisa para “dar manutenção” a tipos, prensas, guilhotinas e etc.
Enquanto me dirigia à residência 149 - à direita da matriz de Santo Antônio e Almas na velha praça Fausto Cardoso, que com a Rua do Sol, ou General Valadão, se constitui no embrião da cidade de Itabaiana, desde aquele longínquo 30 de outubro de 1675, me aflorava um compêndio da nossa História, desde a recente, a mim contemporânea, à que somente os documentos trouxeram a lume.
Do ponto de vista contemporâneo, e ao encontrar o amigo Ênio Filho, veio-me me à memória quantos ali já não encontro mais, seja colegas, amigos e amigas, paqueras religiosamente de todas as noites de sábado e as vezes até nos domingos, no tradicional circuito da caminhada pós-missa; seja outros grupos de frequentadores, alguns ali residentes como os saudosos Ezequiel Noronha, Antônio  Francisco de Jesus, o Tonho de Chagas; e o próprio Hênio Araújo, o pai do Ênio Filho, obviamente.
A Praça é História pura!
Ali foi enforcado Mata Escura, imortalizado nos documentos e nos versos de Volta Seca a gozar da valentia de Lampião(*); também o mascate João Gomes no finzinho da primeira metade do século XIX. Fora as confusões eleitorais de 1823 a 1964, quando as eleições mudaram definitivamente de local. Ali se viu nascer o esplendor comercial com as feiras de algodão da década de 1860 em diante; ali, exercitando a sagrada resistência, na década de 1970, o maestro Antônio Melo entoou seus maviosos sopros no solitário clarinete durante as cálidas tardes preguiçosas de verão, à espera da nova geração que veio depois a trazer a glória à vetusta Filarmônica Nossa Senhora da Conceição. Ali gerações de jovens e adolescentes tanto sonharam e se projetaram.
Parafraseando o Caetano Veloso (in Sampa)... Alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruzo a Praça Fausto Cardoso; quase uma devoção.

 

(*)
“Lampião diz qu’é valente
É mentira é corredor
Correu “da” Mata Escura
Qu’a poeira levantou”

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