HONRARIA FRUSTRADA.

José de Almeida Bispo, 04 de Setembro, 2022

Na próxima quarta-feira é o grande dia nacional; que, desde os anos 1940, e graças a universalização da escola pós-Estado Novo passamos, finalmente a ter uma data da Independência do Brasil para chamar de nossa, festejada pelo povo, mesmo depois do Brasil já ter mais de cem anos de independente. Em termos.
Uma festa bonita, independente das mazelas no governo e na sociedade.
Na última sexta-feira, 02, pelo meio dia recebi um convite que ao tempo em que me senti enaltecido, também me senti entristecido justo por me achar impossibilitado de atender tal honraria: desfilar, depois de 50 anos pela minha escola primária, a Escola Municipal Dom José Thomaz, do povoado Rio das Pedras, como um dos representantes da Academia Itabaianense de Letras, onde ocupo cadeira 27, consagrada a Maria Thetis Nunes; e no Sete de Setembro, no grande desfile anual do Dia da Pátria, promovido pela Secretaria Municipal de Educação do Município de Itabaiana.
Momento ímpar; ao qual não poderei participar como proposto. Problemas recentes de saúde me forçam à moderação; quer nas emoções, quer nas exposições fisicamente falando.
A minha escola de hoje é bem diferente daquela onde concluí o então Quarto Ano Primário. Se chama Dom José Thomas, ao invés de São Vicente como na minha época; voltou à margem da BR-235, porém a 200 metros da primeira versão à margem de uma estrada histórica e que só pouco tempo vim saber. Tem turmas variadas, e não uma de séries mistas; as instalações são bem mais modernas, a começar do prédio, propriedade do Município (na época era particular, da professora); equipada com 14 salas, onde estudam aproximadamente 300 alunos, vários professores e outros servidores, enfim, os desfiles ocorrem todos os anos e não mais em novembro, mas em setembro.
A inquietude e criatividade da ex-diretora Rosa Maria Vieira de Santana, a levou a estimular seus comandados, fazendo ali uma revolução. Além da agitação cultural através de palestras, concursos internos e até publicações impressas criou uma academia de letras, estimulando-os, não somente à leitura, muito além do conhecimento técnico, restrito aos currículos oficiais; mas também à expansão da consciência mediante a prática literária, quer estimulando à leitura; quer à iniciação à prática literária ativa, como pequenos escritores contistas, poetas, etc.. A escola, não mais como mero repassador formal de conhecimento; mas um laboratório do pensamento. Com maior ou menor intensidade, as sucessões administrativas vêm mantendo essa inestimável conquista, e, certamente a Academia Serrana de Jovens Escritores, ASJE, deverá desfilar no Sete de Setembro à caráter, e, além de mostrar que não estar para brincadeira, deverá mais uma vez homenagear a Academia Itabaianense de Letras, em que se espelha, e nos seus acadêmicos, tomadas como patronas daquela arcádia mirim.
Foi para compor com esse cenário maravilhoso que tive a honra de ser convidado. Pena que não poderei fazer jus à atenção; às deferências a mim dirigidas. Mas estarei rapidamente na plateia e integralmente de coração.
Gosto de que gosta de fazer.

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