17 DE JULHO: O DIA EM QUE OS HOLANDESES CONQUISTARAM ITABAIANA.

Há 386 anos. Hoje.

José de Almeida Bispo, 17 de Julho, 2023 - Atualizado em 17 de Julho, 2023

Mapa holandês de todo o Nordeste dominado pelo Conde Maurício de Nassau, em destaque.

A Conquista holandesa de Pernambuco não foi fácil. Por sete anos tiveram avanços e retrocessos.
A população estava dividida desde quando os espanhóis, aproveitando uma inconsequência do jovem rei, D. Sebastião tinha tomado a coroa portuguesa para si. Com população majoritariamente cristã-nova existia um ódio e temor latente entra a maioria da população europeia em relação à Espanha e sua Inquisição particularmente implacável contra os judeus, cristãos-novos ou não.
No entanto, somente pouco antes da chegada de Mauricio de Nassau no governo holandês é que os domínios holandeses chegaram em satisfatório nível de estabilidade, grande parte disso graças a Domingos Fernandes Calabar.
Sergipe, e Itabaiana, em particular, havia abastecido Pernambuco de gado por mais de trinta anos. Mas quando houve a invasão holandesa esse comércio cessou, deixando os carros de bois sem bois; as moendas de cana dos engenhos sem tração animal; e as mesas sem carne. Além dos inúmeros artefatos de couro, tão usados na época.
Assim que assumiu o governo em Recife, Nassau, com força revigorada, com a soldadesca trazida da Holanda um mês depois já estava a caminho de Sergipe, e focado em Itabaiana, onde, além de gado poderia encontrar a prata negada ao Governador-Geral, D. Luís de Souza, 18 anos antes na serra de Itabaiana.

Quadro feito por Frans Post, reprodução mais sofisticada de desenho (à direita), feito antes, ilustrando a fuga de Bagnuolo pelo rio São Francisco, a pés, já que nessa época do ano o rio costumava estar com cota mínima. Ao fundo, Penedo. Na única pintura sobre Sergipe, único registro, portanto, e uma das centenas de obras que produziu, cada uma mais bela que a outra.
Na parte inferior, extrato do mapa Sergipe com Itabaiana, de Georg Marcgraf e Conrad Golliat.

Oh caganeira malvada!

Mas Nassau não passou de Porto Calvo, hoje nordeste de Alagoas. Contrariado com a execução de Calabar, ali feita por Matias de Albuquerque, em fuga, assim como o Conde Bagnuolo, Nassau foi acometido de uma perigosa diarreia, retornando ao Recife e entregando o comando da invasão a Sigismund van Sckoppe, que atravessou rio São Francisco em Penedo, penetrou em Sergipe, indo até São Cristóvão e, ao não constatar nenhuma resistência veio direto à Itabaiana, pegar gado e tomar mais notícias sobre a prata.
A não vinda de Nassau, em pessoa, possivelmente nos privou de uma bela tela de Frans Post sobre a paisagem daquela época de Itabaiana; já que retornou de onde veio a ser Neópolis.
Por sete anos os engenheiros de Nassau fuçaram toda a Itabaiana procurando pela mina sem encontrar.
Uma herança daqueles longínquos tempos é representada por uma mineradora no município, extraindo granito justo onde foi tentado a prata por eles.
Há 386 anos. Hoje.

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