MOMENTO ESPECIAL PARA ITABAIANA.

A foto é o primeiro registro que simboliza, não só novos tempos para Itabaiana.

José de Almeida Bispo, 07 de Setembro, 2023 - Atualizado em 07 de Setembro, 2023

Hoje, Sete de Setembro, data máxima nacional, um momento muito especial para sempre ficou eternizado pela lente de João Teixeira Lobo, o seu Joãozinho retratista, descendente de um colateral do grande benfeitor de Itabaiana, Padre Francisco da Silva Lobo.
Ao disparar o obturador de sua máquina fotográfica de cima do coreto da Praça Fausto Cardoso, por volta das dez horas de Sete de Setembro de 1938, Joãozinho Retratista não apenas fez o ato de tirar uma foto, como observa Robério Santos, na apresentação do seu livro, Joãozinho Retratista, o mestre da fotografia (grifo meu): 

“Uma foto é apenas o congelamento de um fato, como uma pedra inútil que cabe a nós, POETAS DA LUZ, captar esse momento ímpar e torcer para que nunca se repita e você tenho consigo um momento só seu que deve dividir com o mundo.” 

Eternizou um momento de virada na sociedade itabaianense, qual seja, o nascimento das festividades cívicas, nunca antes realizadas.
Cinquenta anos depois, mesmo tendo confundido uma data menor como de aniversário da cidade, dez dias antes do Sete de Setembro, outra gigantesca festa gigantesca marcaria o imaginário popular e entraria na devoção leiga dos itabaianenses. E tudo começou ali, em 7 de setembro de 1938.

A impossibilidade antes de 1938.

Não foi hábito no Brasil o Desfile ou qualquer comemoração à data da Independência, em geral. Alguns desfiles militares, onde existiam quartéis e nada mais.
E, antes de 1937, nem uma escola de fato, existiu em Itabaiana; no máximo algumas salas de aula em casa particulares, a maioria, descontinuadas. Também, aquela que era para ser em 30 de outubro de 1675, a cidade da prata (a Potosí do império português) não se confirmou, ficando apenas a paróquia de Santo Antônio e Almas, e uma povoação que quase nada cresceu em 275 anos. Se inicialmente como cidade, além de imediatamente emancipada, teria paróquia, câmara, cartórios, ouvidores, e, para guardar a prata teria forte esquema militar e seria murada, teria fossos, com torres, guarnecida por canhões e pontes elevadiças. Até 1937, mesmo que quisesse, Itabaiana não teria como organizar um Desfile Cívico. Os esporádicos que houve foi da Guarda Nacional, que acabou em 1920.
Mas em 1937 os ventos estavam mudando. (inauguração)
A inauguração do Grupo Escolar Estadual Guilhermino Bezerra, em 4 de abril de 1937, pôs fim a um vexame secular de ser uma cidade analfabeta, apesar de uma gente lutadora e tão progressista.

Em 1937 o desfile não se realizou; apesar de já ter as primeiras turmas, de uma das quais participou D. Ieda Tavares Silveira, ocupante da Cadeira 26, patrono, seu próprio falecido esposo. D. Ieda, depois se formaria no magistério e retornaria ao Guilhermino Bezerra, agora como mestra.

Em 10 de novembro de 1937 houve o golpe do Estado Novo e o governo federal, agora centralizando todas as decisões procurou organizar o país, rompendo com vários vícios e costumes, modernizando muitos aspectos administrativos, como por exemplo, acabou com a dicotomia de vila e cidade para a sedes municipais, deixando só a cidade; obrigou a todos os municípios constituírem mapa, da cidade e de todo o município; criou a Radio Nacional, transformando-a em tribuna da cultura brasileira; e o Sete de Setembro universalizado, para todo o país. Lógico: onde houvesse condições mínimas de realização.
Por isso que essa foto - a de 7 de setembro de 1938 - é o primeiro registro que simboliza, não só novos tempos para Itabaiana, como para todo o Brasil.
Viva o Sete de Setembro!
Viva o Brasil!
Viva Itabaiana!

(Corrigido o nome da acadêmica Ieda Tavares Silveira, impropriamente antes grafada Tavares Mesquita. Nossas desculpas.)

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