FÁBULAS E CONTOS INFANTIS E O ENSINO DE HISTÓRIA
FÁBULAS E CONTOS INFANTIS: POR DENTRO DA HISTÓRIA
Por Carlos Braz
O ofício de professor, sem dúvida é repleto de inquietações, dúvidas e pensamentos que permeiam nosso dia a dia, sempre a procura da aula perfeita, de projetos inovadores ou de novas metodologias que possam turbinar a aprendizagem. Entre as novas possibilidades de atividades a serem realizadas em sala de aula ou fora dela, a contação de histórias já vem sendo utilizada há um bom tempo como recurso educacional.
Todavia, relacionar essa prática com o ensino de história no ensino fundamental, anos iniciais, ainda não vem sendo aplicada, considerando que tanto a literatura infantil quanto a história são formas narrativas de se conhecer o mundo. Evidentemente há uma diferença fundamental entre essas duas disciplinas, já que os historiadores se baseiam em fontes que testemunham o passado, enquanto os literatos mergulham no mundo da fantasia, opondo, dessa forma, verdade e a ficção.
Contudo, deixando de lado os rigores acadêmicos e regras estabelecidas, ao fino observador não passa despercebido que fábulas e contos infantis têm muito a ensinar sobre os costumes e valores dos tempos medievais. O movimento de renovação da historia iniciado na Escola dos Anais de Marc Bloch e Lucian Febvre, considera que as fontes históricas não estão restritas à documentos, vestígios arqueológicos, monumentos, entre outros pedaços do passado.
Sobre a ideia de utilizar as fábulas e contos infantis como recursos educativos, é necessário observar o quanto de realidade existe na ficção. É essa porção de verdade a ser considerada e utilizada na aprendizagem.
O essencial para a aplicação dessa metodologia é localizar nos textos apresentados, situações e características que levem a discussões sobre o período abordado ou o contexto em que a obra foi escrita.
Os contos infantis contextualizados na idade média permitem aos alunos compreenderem conceitos como, reis, camponeses, cavaleiros, guerras, o bem e a mal, nobreza, religiosidade, casamento, e tantos outros relacionados ao período medieval.
Em suma, a cultura medieva aparece com regularidade em diversas obras, sendo a estrutura familiar elemento de fundamental importância para a compreensão da vida cotidiana e das relações daí decorrentes, como casamentos, madrastas maquiavélicas e interesseiras, príncipes a procura do amor, bruxas malvadas que remetem à questão da religiosidade exacerbada do período em questão.
Outra figura sempre presente é o sujeito esperto sempre disposto a usar sua lábia para ludibriar as pessoas e assim subir na vida, acessando a uma classe social superior, remetendo-nos à sociedade estamental vigente então.
Enfim, mesmo não sendo tradicionalmente documentos históricos, as fábulas e contos infantis ajudam a identificar e compreender elementos culturais, econômicos e sociais de uma época.
Por meio da contação de história o aluno desenvolve o raciocínio e uma descrição mais elaborada de cenários históricos. Ao descrever situações presentes na narrativa o professor possibilita que elementos possam ser relacionados e comparados com fatos reais, presentes na contemporaneidade.
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