VENHA, QUERIDA. E EU LHE MOSTRAREI A CIDADE DE ARACAJU

Carlos Braz, 22 de Abril, 2023 - Atualizado em 22 de Abril, 2023

UM AMOR DE CIDADE: ROTEIRO DE ARACAJU

Por Carlos Braz

 

Qual menina moça que desabrocha aos poucos, nossa querida Aracaju aos vai se transformando em um roteiro turístico que surpreende a todos em variados aspectos. Considerada por muitos como o patinho feio do trade turístico por estar espremida entre Maceió e Salvador, rotas plenamente consolidadas pelos viajantes em busca de pé na areia, sombra e agua de coco,   lentamente fomos conquistando nosso espaço, edificando uma estrutura que contempla todos os gostos e bolsos, sendo o passo inicial para esta conquista a construção da orla da Praia de Atalaia de Atalaia, realizada pelo visionário Governador João Alves Filho, que também esteve a frente do ambicioso projeto da ponte Aracaju/Barra dos Coqueiros e revitalização do Calçadão da Praia Formosa.

Atualmente, inauguramos a orla sul, que se estendeu da famosa Passarela do Caranguejo até o pontal do Mosqueiro, mais de 15 quilômetros de praia, onde a tranquilidade e o ócio estão ao alcance de qualquer um.

 Tenho em mãos, ao escrever estas linhas, o exemplar da obra intitulada “Roteiro de Aracaju” cuja 1ª edição foi lançada em 1948, pelo intelectual sergipano Mário Cabral. Sem dúvida alguma uma ode à nossa singela capital e seus personagens pitorescos, que apresenta ainda retalhos da nossa história e cultura.

Um verdadeiro passeio produzido com o olhar sensível de um poeta declaradamente apaixonado pelo lugar onde nasceu e brilhou na plêiade da aristocracia sergipana e o rigor documental de um historiador. 

Transcrevo aqui, integralmente o recado do autor em sua primeira página. Parece que foi escrita ontem.

 

“Venha amiga.

Venha ver a minha cidade.

Não serei, certamente um guia como Gilberto Freire na cidade do Recife, nem como Jorge Amado na sua cidade de Salvador.

Não há, também, na cidade de Aracaju, minha terra, terra nossa, terra de luz e tranquilidade, riqueza de coisas velhas, cheirando a mistério, rescendendo à tradição.

Eis, aqui, a Aracaju do passado, doce e amável.

Mas há muito que ver, quando – é o meu caso, será o seu caso também – o objeto é olhado com os olhos do coração e os da boa vontade.

Venha, querida.

E eu lhe mostrarei a cidade de Aracaju.” 

Setenta e quatro anos depois, reitero o recado do poeta, e convido você, seja de onde for, venha conhecer Aracaju, a minha cidade, provar nossa culinária tão diversificada, assistir nossos folguedos populares eternizados pelos brincantes de Laranjeiras, Lagarto, Japaratuba, Estância, e outros tantos municípios, que preservam nossas mais caras tradições. Venha ver porque somos o "Pais do forró", comer o milho assado, dançar quadrilha junina e um forró danado de bom. Provar o pé de moleque, a pamonha, aprender a quebrar caranguejo, saborear nossas moquecas, conhecer ainda nossa gente tão receptiva e gentil com os forasteiros, falar “oxente” e “fio do cabrunco”, se deliciar na Croa do Goré. E sim, temos nosso patrimônio material histórico , bem representado pela Praça São Francisco, reconhecida pela UNESCO.

Mas a cereja do bolo, são as aguas quentes da Praia de Atalaia, cantada em prosa verso por tantos poetas.

"Venha, querida. E eu lhe mostrarei a cidade de Aracaju.”

 

 

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