O inconsciente coletivo e a religiosidade. (por Antonio Samarone).

Antonio Samarone, 19 de Novembro, 2023



 

O inconsciente em Freud é de natureza pessoal. Em Jung, além do pessoal, ele descobriu o inconsciente coletivo, socialmente herdado, passando de geração em geração. Os conteúdos do inconsciente coletivo são chamados de arquétipos.

Os arquétipos são imagens de tempos remotos, representações coletivas que não foram elaboradas pela consciencia. O acesso aos arquetipos passou a ser realizado pelo inconciente digital, os bigdatas, e influenciados pelos mesmos.

Esta é a razão da eficácia das fakenews. Mesmo sendo mensagens racionalmente falsas, elas são dirigidas ao inconsciente coletivo, às profundezas da psique humana, Uma manipulção imediata e direta.

A recente canonização de Santa Dulce reascendeu os arquétipos da religiosidade em Itabaiana. O milagre foi lá. “As figuras do inconsciente coletivo sempre foram expressas através de imagens protetoras e curativas, e assim expelidas da psique para o espaço cósmico.” Jung

Santa Dulce se impõe, numa sociedade atavicamente religiosa. O arquetipo do milagre está no DNA e na alma. Acredita-se sem entender. A racionalidade humana é impotente para rejeitar os milagres, mesmo quando se diz, de boca para fora, que não se acredita.

A igreja católica, após o Vaticano II, eliminou vários símbolos dos cultos. A igreja quis impor uma racionalidade. O fim da missa tridentina fragilizou o catolicismo, pelo menos no Brasil. As missas foram esvaziadas. 
Entretanto, continuam fortes as manifestações de religiosidade coletiva: romarias, procissões, perigrinações, cultos de adoração em massa, etc. Os santúarios estão substituindo as catedrais, como local de fé.

Juazeiro do Norte e todo o Cariri continuam sendo movido pela fé em Padre Ciço. Um importante polo de desenvolvimento do Ceará.

Em breve, Itabaiana será um polo de atração religiosa, a cidade dos milagres. Os passos já estão sendo dados.

Como consequência, o “turismo” religioso será um novo polo de desenvolvimento. Com uma particularidade, a Serra também será redescoberta para o turismo ambiental.

O Parque dos Falcões ainda é pouco conhecido.

Nas proximidades da Serra será construído um monumental Santuário a Santa Dulce, o maior do Brasil. Além disso, será criado um pulmão verde, uma reserva de fato, talvez um Jardim Botânico.

O Parque Nacional da Serra de Itabaiana, uma idéia inconclusa, ainda precário, será finalmente posto em funcionamento, como Parque Nacional.

Itabaiana vive um surto de religiosidade, que parece consistente. Um energia brota do inconsciente coletivo daquela comunidade. O sintoma mais evidente é a força da filantropia, da eterna caridade.

A alma procura o Pai perdido. A tentativa de humanização do iluminismo não deu certo. O homem perdeu as raízes e retorna em busca do sagrado. A dessacralização da vida está sendo questionada.

O inconsciente coletivo não é percebido pela consciencia, individualmente, mas é herdado. Ele consiste em formas preexistentes, arquétipos, que só secundariamente podem tornar-se conscientes, conferindo uma forma definida aos conteúdos da consciência.

Na consciencia pessoal temos a ilusão que somos nossos próprios senhores. Temos o comando. Quando ultrapassamos as fronteiras, percebemos que somos conduzidos.

Os arquetipos podem ser anjos ou demonios. Temos uma zona de sombra na psique. O arquétipo do milagre se manifesta com muita força em Itabaiana.

O turismo religioso será uma locomotiva, que criará um novo impulso à economia do Agreste sergipano.

Antonio Samarone – Secretário de Cultura de Itabaiana.

 

 
 

 

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