SADISMO SALARIAL

José de Almeida Bispo, 10 de Agosto, 2022

Do meu ponto de vista só pode ser um doentio sadismo essa mania que tem a maior parte dos poderosos em reduzir salários de pobres.
Quando se trata de algo pontual, de uma empresa ou empregador, sabe-se que o que traz vantagem individual é o desnível. O ganhar mais e pagar menos.
Não esqueço a frase de Mamede Paes Mendonça à revista Veja, ao final da década de 70 sobre o segredo do seu sucesso: “Eu óio e compro”. Referia-se o grande empreendedor serrano a boa prática de comprar bem comprado para ter o melhor em margem de negociação: quanto mais barato o fornecimento, maior a margem de negociação no repasse.
Porém num ambiente coletivo como é em relação ao Salário Mínimo, por desacreditar em burrice pura e simples eu só posso creditar à política de sua redução ao nefando instinto de sadismo. Prazer em ver sofrimento; miséria, fome.
Desde 2019 que o plano de recomposição do poder de compra do Salário Mínimo vem despencando. Além da inflação absurda dos governos militares, herdada por Sarney e Collor, e só debelada por Itamar Franco com o Plano Real, em 1994, a reposição da inflação sobre o Salário Mínimo vem no governo Bolsonaro sendo corroída, a princípio lentamente, mas que nesse ano já é suficiente para trazer sérios prejuízos, junto com ameaça da inflação de outrora que chegou aos 90. Ao mês. E nada de deslanchar e falácia da empregabilidade geral, graças a essa redução. Sem ganho real para ninguém pois o dinheiro pode andar no bolso do pobre; mas sempre retorna ao bolso do rico. Mais valorizado. Empobrecer, portanto, só tem real interesse aos sádicos que se comprazem com fome, miséria e sofrimento. E empobrece a todos.
Mar egoísta, sem evaporação é mar morto; sem vida. Mas evaporando significa nuvens, chuva na terra, vegetação, mangues, animais. Princípio da cadeia alimentar.
Vida.
O Salário Mínimo que deveria ir para R$ 1.341.68 no próximo ano, só levando em conta os quase 11% de inflação até agora está batido o martelo para R$ 1.294,00, aumento de apenas 6,8%. E essa defasagem ocorre desde 2019. Com a inflação galopante de Bolsonaro, em breve vai estar valendo metade do que valia há seis anos. E tome recessão, desemprego, quebra do empresariado pequeno e médio e por aí vai.

O que você está buscando?

google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc api.clevernt.com/3ed9a8eb-1593-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/ google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc UA-190019291-1 google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc