A Curiosa História de Sergipe (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 07 de Dezembro, 2020 - Atualizado em 07 de Dezembro, 2020

 

A única novidade das eleições municipais em Aracaju, foi a quantidade de delegados de polícia na disputa. Nada mais!

Uma eleição fria, sem propostas, sem embates ideológicos. A única radicalidade foram os xingamentos, mesmo assim dentro do padrão normal de vulgaridade.

Nenhum preconceito. A novidade poderia ter sidos os padres, os juristas, os médicos, os operários, os políticos profissionais ou os movimentos identitários.

Apenas uma constatação: o momento político em Aracaju foi dos delegados de polícia.

Como era de se esperar, os delegados trataram a política como uma questão de polícia, na sombra da onda lava jatista, que assolou o País. Em 2018 deu certo, esse ano, nem tanto.

Aliás, todos os delegados pleiteantes em Aracaju, se comportaram dignamente, cumpriram o seu papel, defenderam as suas crenças com bravura.

Em Aracaju, a esperança passou longe, nesse pleito.

Uma eleição sem grandeza, sem propostas e sem embates democráticos. Uma eleição condenada ao esquecimento da história.

A história política em Sergipe.

Os militares foram protagonistas diretos da história republicana em Sergipe, até 1945. Durante a República Velha (1889 a 1930), três oficiais do Exército governaram Sergipe. General Valadão, chefe dos Pebas, por dois mandatos, o seu genro, Coronel Pereira Lobo, e General Siqueira de Menezes, que participou do massacre de Canudos.

Durante o Estado Novo (1930 a 1945), Sergipe foi governado apenas por dois militares: General Augusto Maynard e Eronides de Carvalho. Sem contar, que durante a ditadura (1964 a 1982), os militares colocaram prepostos.

Essa tendência não acabou.

A pretensão dos delegados de polícia em assumir o comando da política aracajuana, está dentro da tradição sergipana. As forças de segurança sempre estiveram na disputa pelo poder político.

Na atualidade, muitos homens de negócios assumiram os Partidos Políticos em Sergipe e esqueceram da política. Cada um puxa brasa para a sua sardinha. E são muitas as sardinhas! Talvez a nossa indigência política seja pela carência de políticos.

Claro, com as raras e honrosas exceções.

A transição política em Sergipe se arrasta, sem que nenhum líder político tenha ainda se tornado hegemônico. Nenhum estadista, nem mesmo um estadista provinciano.

A disputa continua em aberto, inclusive para os delegados de polícia.

Antonio Samarone. (médico sanitarista).

O que você está buscando?

google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc api.clevernt.com/3ed9a8eb-1593-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/ google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc UA-190019291-1 google-site-verification=GspNtrMqzi5tC7KW9MzuhDlp-edzEyK7V92cQfNPgMc