BIBLIOTECA MUNICIPAL FLORIVAL OLIVEIRA: 63 ANOS DE TEIMOSIA.

José de Almeida Bispo, 28 de Junho, 2022 - Atualizado em 28 de Junho, 2022

 


Aniversaria na próxima quinta-feira, dia 30 deste junho a terceira instituição de leitura da história serrana, a Biblioteca Municipal Florival Oliveira, criada pela Lei Municipal 190, de 30 de junho de 1959.

Atendeu ao apelo de uma cidade pobre em letras, mas que então despertava para a erudição, dez anos depois do curso ginasial (de fato foi em 1950) do Colégio Estadual Murilo Braga, de 29 de novembro de 1949; e quatorze depois de inaugurada a primeira escola com cara de escola, o Grupo Guilhermino Bezerra, de 7 de abril de 1937.

Suspeito que também faça parte dos esquemas políticos. De reação de Euclides Paes Mendonça, de volta à Prefeitura e já às voltas com o oposicionismo do pároco Artur Moura Pereira e sua Biblioteca D. José Thomaz, única na cidade, e segunda casa de leitura na história itabaianense, depois do fracassado e efêmero Gabinete de Leitura do professor Manuel Damásio Pereira Leite, entre 1875 e 1880, conforme o professor Wanderlei de Oliveira Menezes. Como Itabaiana já teve duas filarmônicas partidarizadas – a Peba e a Cabaú – não seria surpresa que também viesse a ter duas bibliotecas: a oficial, de situação; e a eclesiástica, de oposição.

Foi também um momento de difusão pelos rincões do país, de casas de leitura; oficialmente promovidas pelo governo central no Rio de Janeiro, ainda capital da República.

Contudo, a sofrida instituição, ao contrário do que manda o bom senso além dos detalhes técnicos e a boa prática nunca teve um lugar pra chamar de seu. Tem andado como retirante, às vezes coabitando um mesmo espaço com outras atividades, desde que foi criada, em geral em prédios alugados, logo susceptíveis de troca-troca a todo o instante. Senão por abuso de preço dos proprietários, por mudanças ideológico-partidárias.

Nestes dias de exuberância e facilidades do saber, a sala silenciosa, o cheiro de livro antigo e o ritual de abordagem do bibliotecário foi substituído quase integralmente pela tela do celular ou ainda do velho computador. Todavia, desde que Ptolomeu turbinou sua administração no Egito através de monumentos visíveis e impressionantes como o Farol de Alexandria, também o fazendo através da mãe de todo o saber ocidental, a Biblioteca de Alexandria, todo e qualquer poderoso que se não queira mera poeira ao vento, que queira restar na memória futura tem investido em cultura. Cujos templos maiores são as bibliotecas, eternizadoras da História e de seus próceres.

PARABÉNS À BIBLIOTECA MUNICIPAL FLORIVAL OLIVEIRA
(*).


(*) Florival Oliveira foi farmacêutico e vereador. Simbolizou em seu tempo o típico intelectual, praticamente único na cidade de meros professores primários e uma multidão de analfabetos, e dono, obviamente de relativo acervo de leitura. Uma raridade, especialmente até o período da República Velha.

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